EXTRAÍDO DO LIVRO
Autores:
Edson Paim
Rosalda Paim
Este
livro trata de um paradigma de natureza abrangente,
integrativa, holística - o Sistemismo Ecológico Cibernético -
que corresponde ao Sistemismo ampliado, construído com alicerce
em quatro pilares principais: Teoria Geral dos Sistemas,
Cibernética, Teoria da Informação e Ecologia, constituindo-se,
assim, uma metodologia de caráter multi-referencial.
O
primeiro capítulo trata do enfoque sistêmico ou Sistemismo, um
quadro de referência, baseado na Teoria Geral dos Sistemas, de
Lwidg von Bertalanffy.
O segundo
concerne à Visão Ecológica, aspecto que não deve ser
negligenciado na abordagem de qualquer sistema, de natureza
física, biológica, social ou tecnológica, pois todos eles
inter-relacionam e interagem com o ambiente (ecossistema),
através de contínuos intercâmbios de matéria, energia e
informações entre ambos, afetando-se mutua e continuamente.
O
capítulo terceiro refere à abordagem sistêmica ecológica ou
Sistemismo Ecológico, formado pelo acoplamento da Teoria Geral dos
Sistemas e da Ecologia. O quarto capítulo aborda a perspectiva
cibernética, fundamentada em um ramo do conhecimento, integrante
da Teoria Geral dos Sistemas - a Cibernética - definida como a
“ciência das comunicações, do comando e do controle, no homem,
na máquina e na sociedade”.
As virtuosidades da Cibernética são ampliadas, mediante a inclusão da Teoria da Informação, no seu bojo.
O
Capítulo quinto procura articular os conceitos Vida,
Informação, Entropia e Negentropia e Sistemas Sociais, isto é, a
entropia das organizações humanas.
Entende-se
a Entropia como uma tendência no sentido da desorganização e
extinção dos sistemas, mas sobre a qual os seus podem exercer
esforços no sentido oposto - ação negentrópica - com o fito de
evitar sua desestruturação e finitude, objetivando alongar o seu
período de existência ou até tentar perenizá-las.
O
sexto Capítulo trata da conjunção da Teoria Geral dos Sistemas,
da Cibernética e da Teoria da Informação, ao que designamos
Sistemismo Cibernético Informacional e que Morin refere como a
“trindade profana”.
A Cibernética dos
Sistemas Vivos é enfocada no sétimo capítulo, referindo-se à
existência de mecanismos de controle e de reajustes automáticos
(“feedback”) nos organismos vivos e, o oitavo apresenta a Dialética
dos Sistemas Vivos, porta de entrada para o nono - Dialética
Cibernética, - contendo propostas dos autores, baseadas nos
conflitos entre os sistemas e o seu ambiente (ecossistema) e, nos
antagonismos existentes entre a entropia e seu par antagônico
(dialético) - a negentropia - além de se fundamentar na oposição
entre o calor e o frio, entre os processos de oxidação e redução,
entre a saúde e a doença e, entre a vida e a morte. Entende-se a
entropia como uma tendência universal, inexorável, para o
resfriamento, nivelamento energético, para a mesmice, para a
catamorfose, indiferenciação, incluindo a morte biológica ou física
dos sistemas, enquanto que a negentropia (entropia negativa),
representa uma contra corrente à lei geral da entropia.
Guillaumaud, em seu livro que se intitula “Cibernética e
Materialismo Dialético”, atesta o caráter dialético do mecanismo
de retroação ou retroalimentação (“feedback”), um atributo
universal dos seres vivos e um dos fundamentos da Cibernética,
capaz de reforçar a nossa proposta de uma Dialética dos Sistemas
Vivos e, de uma Dialética Cibernética.
Os
nove capítulos referidos, que se pretende estarem
inter-relacionados, interligados, entrelaçados, integrados,
como uma malha, uma rede, uma teia de idéias, fundamentos,
conceitos e princípios, constituem o alicerce do Sistemismo
Ecológico Cibernético - o Sistemismo ampliado - constantes dos
capítulos X a XII.
O capítulo seguinte
- o décimo - Sistemismo Ecológico Cibernético e Sistemas
Sociais refere a uma aplicação prática do paradigma
sistêmico-ecológico-cibernético, abordando os sistemas sociais
abertos, democráticos, cuja essência é a utilização de mecanismos
de “feedback”, capazes de permitir o funcionamento equilibrado,
harmônico, em toda a sua plenitude.
Este
referencial possui um caráter abrangente, integrativo,
holístico, elaborado segundo um paradigma que se inspira no
modelo de organização dos seres vivos e dos ecossistemas naturais,
sobretudo, na estrutura sistêmica do genoma humano e, no
funcionamento cibernético do nosso cérebro, portanto, os atributos
da consciência.
Esta proposta dos
autores, cujo objetivo inicial era servir de alicerce ou base
filosófica para a Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de
Enfermagem, elaborada por um de nós (Paim, Rosalda - 1974), em virtude
da sua ampliação, resultou no Sistemismo Ecológico Cibernético,
um referencial destinado a atender a propósitos mais amplos.
O paradigma sistêmico-ecológico-cibernético proposto é passível
de aplicação a todo e qualquer sistema, seja de natureza
física, biológica, social ou tecnológica, mercê destes
possuírem, como denominador comum, os atributos universais dos
sistemas, entre os quais:
1) - os
sistemas são conjuntos de partes interligadas e
inter-relacionadas, atuando conjuntamente, para a consecução de
objetivo característico;
2) - os sistemas estão inseridos no ambiente;
3) - a totalidade dos sistemas abertos efetua contínuas trocas com o seu ambiente imediato;
4)
- Os intercâmbios entre cada sistema e o seu ambiente podem ser
sintetizados como trocas contínuas e permanentes de matéria,
energia e informações entre um e outro, afetando-se mutuamente,
isto é, sofrendo, em conseqüência, influências recíprocas.
Um
determinado sistema, acrescido dos seus arredores, por sua
vez, constitui outro sistema, de maior amplitude e, de natureza
mista: o conjunto sistema-ambiente, que pode ser designado
universo - com u minúsculo - para não confundir com Universo, o
sistema cósmico.
A Teoria Geral dos
Sistemas e o Sistemismo Ecológico Cibernético podem ser aplicados
tanto ao estudo de uma empresa, de automóvel ou do próprio ser
humano, quanto de um município, de um estado, de um país, ou de
qualquer um dos seus subsistemas, incluso o respectivo ambiente -
também um sistema.
O que os sistemas
apresentam em comum é o fato de compartilharem de
características como as de totalidade, abrangência, integralidade e
inter-relacionamento entre suas partes integrantes e, de
efetuarem intercâmbios de “matéria, energia e informações” com o
ambiente.
O fato de corresponderem a sistemas sintetiza os atributos comuns a todos eles, a menos que se o considere finito.
O
próprio planeta Terra e, mesmo o Universo inteiro, por
constituírem sistemas, podem ser visualizados por este prisma,
considerando-se, entretanto, que o Sistema Universal corresponde ao
único sistema sem ambiente, pois não se pode conceber a
existência de algo em seu redor.
Todos os direitos reservados aos autores
copyright Ó by Edson N. Paim e Rosalda C.N. Paim
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